domingo, 22 de agosto de 2010

Vastidão

A cidade é um corpo
Na sua enorme vastidão
Fios eletricos e telefonicos
Pulsam nevralgicamente
O calçamento da rua
Estoura pus em cada corte

O beco intestinal
Aloja o verme da violência
Choca ovos da miséria
E bácilos de vernaculos
paridos no germe do poder
Digerem os livres pensadores
Como o cancer de promessas
Vãs e falsas
Vitimas leucêmicas
Dos pregões cotidianos

Hemacias enlouquecidas
Circulam em quatro rodas
Nos viadutos e estradas
De epiderme recapiada

O humano transformado em lixo
Lixo triturado na fome
Mastigado na sede
Vomitado nas fezes
Abandonado nos bueiros

E a doença infesta o corpo
Com cassetetes na mão
Impondo uma ordem febril
Cancer que mata o coração

A cidade é um corpo
Dividido na sua vastidão
Entre o santo e o heregeNa vida pulsante
Urbana Humana

Cogumelo alucinogeno

domingo, 16 de maio de 2010

Andarilho

Por que andarilho ? Por não andarilho ? meu querido João do Rio já cantava em versos e prosas sobre a " Alma Encantadora das Ruas ". Tudo na rua é horizontal, onde as almas se revelam, seja sobre a luz intensa do sol ou na penumbra das esquinas sombreadas das noites. se cada parede tem uma historia, quem dirá aquele que anda pelos quartos, bares, praças, praias e elevadores das ruas e cidades ?
São historias, criticas, cronicas e culinária (Por que não ) contadas meu amigo Lanito Diaz. Grande camarada, que nunca diz o ano em que nasceu, nem qual a sua verdadeira nacionalidade ( há quem diga que ele é um legitimo cigano espanhol do Ceará ).
Quiz fazer esse blog em sua homenagem, dividir com ele notas escritas. Eu no meu cantinho no escritorio, ele no escritorio preferido dele, O Bar do Gomes na Lavradio, lá na Lapa. Eu vou de teclado, ele de caneta, guardanapo e um copo de cerveja.
Bem sejam bem vindos !
Herculano Dias